Apresentação
segunda-feira, 4 de julho de 2011
"O governo Rosalba precisa começar", diz João Maia
O Blog reproduz a entrevista concedida pelo deputado federal João Maia (PR) ao radialista José Wilson, da Rádio Cabugi do Seridó, entrevista esta que causou um verdadeiro alvoroço nas rodas políticas de Caicó, principalmente por causa de suas colocações sobre o processo de escolha do candidato a prefeito, nas eleições de 2012, do seu grupo político em Caicó. Mas, na entrevista João Maia também foi provocado a fazer uma análise sobre os primeiros sete meses do Governo de Rosalba Ciarlini (DEM), dentre outros assuntos.
"O governo Rosalba precisa começar. Sinto que ela é bem intencionada... Mas não dá pra você ficar fazendo só discurso, só arrumando culpados, por que as pessoas quando elegem um administrador, elegem para ele realizar, não elege para ele identificar quem é o culpado por ele não tá realizando", defendeu.
Seguem trechos da entrevista:
José Wilson - O RN está com grande parte da segurança, saúde, educação, Emater dentre outras categorias paralisadas. Na sua opinião isto prejudica a que ponto a economia do estado?
João Maia - Prejudica e muito, a greve da educação especialmente, ela é muito delicada, por que no Brasil nós vivemos uma segregação do filho da família mais humilde, vai pra uma escola pública, filho da classe media, quem pode, vai pra escola privada. O que é que acontece, você cria uma segregação dos meninos e meninas na escola, e esses meninos e essas meninas vão ter que competir no mercado cada vez mais competitivo, cada vez mais global, ora, eu tô numa escola privada, eu não tenho greve, a escola tende a ter um ensino superior, são em raras exceções de que a escola pública. Se os meninos da escola estadual estão há sessenta dias em greve, eles já partem em desvantagens, imagine qual é a condição desse menino competir com outro no mercado e por outro lado eu devo reconhecer que a situação dos professores no Brasil eles são realmente muito mal remunerados, agente precisava dedicar um fundo especial, como do petróleo, do pré sal, para remunerar os professores, fazer uma revolução no ensino publico, por que se não a gente vai recriar, já tem uma segregação social como eu disse, que é na escola, que é grave, você começa com as crianças, as crianças antigamente a gente misturava os meninos, hoje em dia o filho de uma família mais humilde, ele nem vê o filho da família da classe média, nem pra namorar e casar dá mais e á aí que esse estado de greve, por mais justo que seja a reivindicação dos professores, eles tem uma conseqüência profunda, quer dizer, você pega os meninos que estão no ensino público e bota sessenta dias fora de aula, e o menino que está numa escola privada, aquele filho dos que podem pagar uma escola privada, não tem nenhum dia de greve. Então você está criando uma desigualdade pro futuro imensa, começa com uma segregação e vira uma desigualdade imensa.
Qual a sua avaliação da forma como o Governo Rosalba Ciarlini tem conduzido o problema das greves. Como deputado e com sua larga experiência como economista, qual a melhor forma de se conciliar os interesses do estado e dos grevistas?
Não tem interesse do Estado. O interesse do Estado é o interesse do povo. Se tem uma crítica assim que eu faço, é, não pode ter intolerância, você é funcionário público, você é pago pelo dinheiro do público e o governo é sustentado pelo dinheiro do publico. Então eu penso que, conversar nunca é demais, buscar um entendimento, mostrar isso que a gente falou, "olha, isso nós podemos, isso nós não podemos", quem tá sendo de fato prejudicado... como é que um pai, uma mãe de família que trabalha, toma conta de um filho, se ele não tem escola pra ir, isso deixa o menino solto, isso leva o menino à droga, então isso tem conseqüência muito profunda. Agora a intolerância seja de que lado for não ajuda em nada, tem que sentar e conversar, isso pra mim é o caminho que a gente tem que perseguir.
A imprensa e alguns políticos têm dito que o governo Rosalba Ciarlini tem tomado e recuado de posições em relação a normalizar a vida administrativa e de setores prejudicados com os movimentos grevistas ao ponto de se vaticinar que governar o RN não é administrar Mossoró. Na sua opinião o que falta ao governo é decisão conciliatória e objetiva além de competência?
Não. O governo Rosalba ele precisa começar, até agora você debita muito a uma herança do passado, nós já estamos entrando agora para o sétimo mês de governo, então o povo mesmo quer soluções, quer propostas. Eu conversei com a governadora Rosalba em mais de uma ocasião e sinto que ela é bem intencionada, mas eu sinto a falta de um governo estruturado para fazer as coisas, nós temos problemas na saúde, na educação, na segurança, as estradas estaduais, está quase que impossível de se transitar entre Acari, Cruzeta, São José do Seridó e Caicó é uma buraqueira só. Então o governo ele precisa começar a resolver essas questões, da saúde, da educação, a relação com os municípios, as estradas, porque também não dá pra você ficar fazendo só discurso, só arrumando culpados, por que as pessoas quando elegem um administrador, elegem para ele realizar, não elege para ele identificar quem é o culpado por ele não tá realizando. Então eu acho que, eu como Norte-riograndense eu torço pelo RN e tudo o que eu puder fazer, não é a questão de governo, é a questão de se for bom pro Estado ou se não for. Agora o governo Rosalba precisa começar, começar resolvendo as questões básicas, que estão aí no dia-a-dia que as pessoas vivem.
O seu nome tem sido ventilado tanto para disputar o senado federal como para o Governo do Estado. Apesar da distancia para as eleições de 2014, qual o projeto que você admite enfrentar?
Eu sou candidato a fazer um bom mandato parlamentar, graças a Deus eu estou trabalhando desde o meu primeiro mandato pra conseguir. Eu não me permito pensar em qualquer outra alternativa que não seja essa. Por que se eu acho que tem eleição demais de dois em dois anos, a gente começar a discutir 2014, é um desserviço, então eu amanheço o dia pensando o seguinte "como é que eu vou ser um bom deputado federal" e vou dormir pensando "amanhã quando eu acordar, como é que eu vou ser um bom deputado federal, o que eu posso trazer pro RN, o que é que eu posso ajudar o Brasil, o que é que eu posso ajudar o meu seridó" é isso que eu penso, e essa coisa de candidatura, esse estado de eleição permanente, isso não ajuda, eu realmente sou um candidato a ser um bom deputado é o meu desejo, minha esperança, minha fé.
O deputado Vivaldo Costa tem dito que não abre mão da condição de comandante do processo sucessório de caicó nas eleições municipais e que espera o seu apoio. Hoje o deputado Vivaldo Costa tem credenciais políticas para esse tipo de colocação. Ou você admite não acompanhar o comandante Vivaldo Costa?
Vivaldo deixou o partido, então ele deixou o partido que sempre o tratou com respeito, com carinho e eu tenho uma relação de amizade com Vivaldo, mas Vivaldo vai coordenar a sucessão em Caicó do partido dele, se é que esse partido novo vai existir. Eu tenho até dúvida que ele vai existir. Do PR ele não vai comandar, por que ele resolveu por livre espontânea vontade deixar o partido, então do PR ele não vai comandar, ele vai comandar o dele, se realmente esse partido vier e a existir, que eu tenho duvida.
Qual a tendência do seu partido nas eleições de Caicó em 2012? É possível o apoio ao candidato do PMDB, Roberto Germano ou partir para candidatura própria?
Possível é, agora nós estamos procurando uma alternativa, eu tenho conversado com o prefeito Bibi Costa. Sou muito coerente nas minhas colocações. Por hora eu não vejo nenhuma impossibilidade em apoiar Roberto Germano, é um homem digno, correto, trabalhador, agora de preferência pra nós do PR, é ter uma candidatura própria, competitiva, que ajude Caicó a crescer, se desenvolver. Então isso que nós estamos procurando essa alternativa nós estamos procurando.
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